quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Partiu!!! III Agosto Negro - Mobilizando a Negra Luta



Edição do evento entra no seu terceiro ano
Afirmando a Luta Negra em Pelotas
Rubinei Machado será o homenagiado do III Agosto Negro

Do dia 16 ao 31 de agosto, espaços da cidade estarão permeados de práticas voltadas a valorização da auto-estima da (invisibilizada) comunidade negra pelotense. É o III Agosto Negro – Mobilizando a Negra Luta que inicia seu vasto cronograma de atividades na sexta-feira dessa semana no Colégio Municipal Pelotense.

Pelotas é uma das cidades na história do Brasil, que tiveram uma das maiores concentrações de riqueza no período colonial. Infelizmente, tudo isso graças a mão de obra escrava que trabalhou no charque séculos afora. Mantendo até hoje a cultura de sobrenomes e heranças das famílias escravistas.
Desde 2011, vem ocorrendo na cidade, um intenso mês de atividades, organizado pelo Coletivo Negada. que visam refletir, por meio de ações juntamente as juventudes periféricas, a história e a importãncia do negro para a construção cultural, arquitetônica, econômica e social da Princesa do Sul. O evento é conhecido como Agosto Negro, e em 2013 entra na sua terceira edição, visando debater as questões carcerárias, incluindo a proposta governamental de redução da maioridade penal, entre os dias 16 e 31 de agosto.
O Agosto Negro surgiu na década de 70 nos Estados Unidos com o objetivo de durante um mês levar as pessoas a uma reflexão acerca da discriminação e da desigualdade de direitos entre negros e brancos. Além disso visa a difusão dos Movimentos de Luta Negra, em memória aos vários militantes presos e assassinados em prol do respeito e a dignidade do povo negro.

O evento se espalhou por vários cantos do mundo, como Caribe, África do Sul, França e Rússia. Desde 2002, quando a Coordenadoria da Juventude da Prefeitura de São Paulo, em parceria com a Coordenadoria de Assuntos da População Negra, trouxe a mobilização para o Brasil, o país integra o calendário mundial dos eventos que formam o Agosto Negro, ocorrendo em cidades como Salvador e São Luiz.
Em Pelotas, a terceira edição tem como temática “Mobilizando a Negra Luta”.
A proposta esse ano é que sejam oferecidas à comunidade pelotense (em espaços educacionais, praças, instituto de menores, etc.) atividades descentralizadas, permeando ações de empoderamento e autonomia através da arte, saúde, educação e economia solidária.
A atividade não visa fins lucrativos, e conta com o trabalho voluntário de grupos e indivíduos que são e se fazem parceiros na luta antirracista.

A abertura do evento, marcada para o dia 16 de agosto às 19 horas, acontece no Ginásio do Colégio Municipal Pelotense (R. Marcílio Dias, 1597 – Centro). Nesse dia haverá uma mostra das atividades que irão ocorrer durante as duas semanas do evento, uma discussão sobre a redução da maioridade penal, além de uma homenagem ao ex - militante do Movimento Negro, Rubinei Machado, falecido no começo desse mês. Rubinei foi presidente do Conselho Municipal da Comunidade Negra, Diretor Cultural do Clube Cultural Fica Ahí e membro do Fórum #COTASSIM Pelotas.
Sabrina Souza, militante do Coletivo Negada, explica que mesmo o próprio coletivo surgiu através do apoio do Rubinei, personagem que sempre lutou pela emancipação e a reparação por parte do Estado aos crimes cometidos à população negra. “Por isso esse Agosto Negro será dedicado à ele”, afirma Sabrina.
O Coletivo Negada é um coletivo autônomo de estudantes negros e negras, que utiliza da cultura afro e a educação como ferramentas de luta contra os vários tipos de discriminação racial. Surge no mesmo ano da primeira edição do I Agosto Negro, que teve como temática Memória e Identidade, que fez um resgate das ações dos Clubes Negros da cidade.
Para conhecer um pouco mais a programação do III Agosto Negro – Mobilizando a Negra Luta, e a trajetória do Coletivo Negada basta acessar o blog coletivo-negada.blogspot.com.

por Lili Rubim
militante do Coletivo Negada


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